Manejo nutricional em pacientes com risco de síndrome de realimentação
Nutricional management in patients at risk of refeeding syndrome
Matheus Horta Sad, Bruna Fernanda Camargo Silva Parra, Ricardo Ferrer, Antônio Valério da Silva Júnior, Flávia Julie do Amaral Pfeilsticker, Liane Brescovici Nunes de Matos, Diogo Oliveira Toledo
Resumo
A síndrome de realimentação (SR) é uma complicação ameaçadora à vida, que ocorre após jejum prolongado em pacientes desnutridos ou após processos catabólicos graves. Geralmente ocorre nas primeiras 72 horas após o início da dieta enteral ou parenteral e acomete até um terço dos pacientes. Os fatores de risco importantes são índice de massa corporal (IMC) baixo, perda de peso não intencional, baixo ou nenhum aporte calórico por pelo menos 5 dias, história de abuso de álcool ou drogas e distúrbios eletrolíticos de base. É obrigatória a prescrição de tiamina intravenosa e a reposição de eletrólitos (fósforo, potássio e magnésio). O início e a progressão da terapia nutricional deve ser gradual e a quantidade de calorias ofertada deve ser pequena nos primeiros dias com monitorização diária de eletrólitos. Caso ocorra queda nos valores de eletrólitos, especialmente hipofosfatemia, sugere-se reduzir a infusão de dieta e progredir de forma lenta ao longo de 48 horas. A SR merece atenção especial da equipe de terapia nutricional, com objetivo de prevenção, identificação e tratamento precoce.
Palavras-chave
Abstract
Refeeding syndrome (RS) is a life-threatening complication that occurs after prolonged starvation in malnourished patients or after severe catabolic events. It usually happens in the first 72 hours after the beginning of either enteral or parenteral nutrition and can affect one third of the patients. The most important risk factors are low body mass index (BMI), unintentional weight loss, none or low caloric supply for at least 5 days, history of alcohol or drug abuse and baseline electrolyte disturbances. Thiamine and electrolyte (phosphate, potassium and magnesium) supplementation is mandatory. The initiation and progression of nutrition therapy must be gradual with low amount of calories in the first days, with daily electrolyte monitoring. In the case of low electrolyte levels, especially hypophosphatemia, diet infusion should be reduced and slowly increased over 48 hours. RS deserves special attention the nutrition team to be prevented, identified and treated early