Avaliação da ingestão alimentar e prescrição de suplementação oral e nutrição enteral em pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva de um hospital público
Assessment of food intake and oral supplementation and enteral nutrition prescription among intensive care unit patients at a public hospital
Aline Stangherlin Martins, Welton Gomes de Paula, Esther Ferreira Barroso Nunes, Ricardo Luiz Fontes Moreira
Resumo
Introdução: O estudo IBRANUTRI revela que a desnutrição afeta 48,1% dos pacientes hospitalizados no Brasil. Falhas na documentação das refeições nos prontuários médicos evidenciam uma negligência na gestão nutricional, o que pode elevar a mortalidade e prolongar o tempo de internação. Este trabalho buscou analisar a ingestão alimentar e a prescrição de suplementação oral e nutrição enteral em pacientes de uma unidade de terapia intensiva (UTI). Método: Este foi um estudo observacional transversal, realizado com pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva. A pesquisa incluiu a avaliação do estado nutricional usando a Avaliação Global Subjetiva (AGS), além da avaliação da aceitação da dieta oral por meio de uma escala visual e coleta de dados dos pacientes acompanhados. Resultados: Foram avaliados 57 pacientes, com idade média de 64,56±15,42 anos. Desses, 61,4% (n=35) eram do sexo masculino. Na amostra, 49,1% (n=28) dos pacientes tiveram uma aceitação menor que 60% das necessidades nutricionais, 28,1% (n=16) tiveram aceitação entre 60% e 80% e 22,8% (n=13) tiveram aceitação superior a 80%. A suplementação oral foi indicada e prescrita para 84,2% (n=48) dos pacientes. A nutrição enteral foi indicada para 26,3% (n=15) dos pacientes, porém foi administrada apenas a 3,5% (n=2) deles. Conclusões: A aceitação da dieta oral foi insatisfatória, enquanto a suplementação foi corretamente indicada e demonstrou boa aceitação. Apesar dos benefícios da nutrição enteral precoce, observou-se resistência ao início desta terapia.
Palavras-chave
Abstract
Introduction: The IBRANUTRI study reveals that malnutrition affects 48.1% of hospitalized patients in Brazil. Failures in documenting meal intake in medical records highlight a negligence in nutritional management, which may increase mortality rates and prolong hospital stays. This study aimed to analyze food intake and the prescription of oral supplementation and enteral nutrition in patients in an intensive care unit (ICU). Methods: This was a cross-sectional observational study conducted with patients admitted to an intensive care unit. The research included nutritional status assessment using the Subjective Global Assessment (SGA), along with the evaluation of oral diet acceptance through a visual scale and data collection from monitored patients. Results: A total of 57 patients were evaluated, with a mean age of 64.56±15.42 years. Of those, 61.4% (n=35) were male. In the sample, 49.1% (n=28) of the patients had an acceptance rate below 60% of nutritional requirements, 28.1% (n=16) had an acceptance rate between 60% and 80%, and 22.8% (n=13) had an acceptance rate above 80%. Oral supplementation was indicated and prescribed for 84.2% (n=48) of the patients. Enteral nutrition was indicated for 26.3% (n=15) of patients, but was administered to only 3.5% (n=2) of them. Conclusion: The acceptance of the oral diet was unsatisfactory, while supplementation was correctly indicated and demonstrated good acceptance. Despite the benefits of early enteral nutrition, there was a noticeable resistance to the initiation of this therapy
Keywords
Submetido em:
03/07/2024
Aceito em:
05/09/2024