Introdução: Na impossibilidade de satisfazer as necessidades nutricionais por via oral, a nutrição enteral é o principal meio de fornecer suporte nutricional para pacientes hospitalizados. É frequente observar problemas associados aos dispositivos envolvidos, como a sonda nasoentérica (SNE) e o equipo ou bomba de infusão (BI). Um dos problemas mais recorrentes é a obstrução da sonda. Entre as causas, está a precipitação da dieta. Após detectada a obstrução, é realizada a troca da SNE, comprometendo a programação nutricional, aumentando custos e desconforto ao paciente. Diante disso, o objetivo é avaliar a eficácia de um teste de fluxo como ferramenta preditora de obstrução de sonda nasoentérica, utilizando fórmulas enterais suplementadas em BI. Método: Trata-se de um estudo experimental, de caráter descritivo e abordagem quali-quantitativa, avaliando, através do teste de fluxo da International Dysphagia Diet Standardisation Initiative (IDDSI), fórmulas enterais adicionadas de fibra ou proteína, relacionando com formação de espuma e grumos e o risco de obstrução. Resultados: Independente da fórmula e módulos, as adições destes implicaram em retardo dos testes de fluxo. Fórmulas enterais com fibra tiveram maior capacidade de desacelerar o escoamento com bloqueios. Os testes com a fórmula hipercalórica apresentaram resultados inversamente proporcionais em relação à normocalórica. A formação de espuma obstruiu a sonda com rapidez, enquanto os grumos não resultaram em oclusão. Conclusão: A rejeição da técnica como ferramenta preditora de obstrução foi causada 1) pela dieta mais densa, que apresentou maior fluidez, com ou sem modulação, do que a fórmula normocalórica, e 2) a formação de espuma, que promoveu obstrução sem qualquer capacidade de ser identificada pelo teste de fluxo. Assim, caso uma ferramenta preditora de obstrução seja alvo de novos estudos, sugerimos que as investigações necessariamente considerem a densidade do produto, formação de espuma e grumos.