Introdução: A demência avançada (DA) está associada a dificuldades alimentares progressivas. Neste contexto, a alimentação por meio de cateteres e dispositivos pode ser proposta. Contudo, os benefícios da nutrição enteral (NE) nestes pacientes são controversos. O objetivo deste estudo foi analisar as controvérsias do uso da NE em pacientes com DA, abordando os pontos e contrapontos à luz das evidências científicas. Método: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, incluindo estudos publicados a partir de 2012 e excluindo aqueles que não abordavam a NE e a DA. As buscas foram realizadas no mês de agosto de 2022, nas bases de dados SciELO, LILACS, Cochrane e PubMed. Resultados: Dos 33 artigos selecionados, 16 eram estudos clínicos observacionais e 5, revisões sistemáticas que avaliaram a eficácia da alimentação por sonda. Desses estudos, 7 eram estudos de revisão narrativa com discussões sobre as questões éticas relacionadas ao assunto. Destes, 4 destacaram a importância dos cuidados paliativos e das diretrizes antecipadas de vontade para tomada de decisões sobre alimentação por sondas. Ademais, foram identificadas 5 diretrizes clínicas que não recomendam inserção de sondas para NE na DA. Pode-se observar que a maioria das publicações incluídas não recomenda o uso da alimentação por sondas na DA. Observou-se que as recomendações se apoiam em evidências metodologicamente limitadas, que não contrapõem os diversos fatores e vieses relacionados a tal recomendação. Conclusão: Mais pesquisas devem ser realizadas para embasar a não indicação da NE na DA. Desta forma, a NE deve ser considerada após criteriosa avaliação individual, com auxílio de uma equipe multidisciplinar qualificada.