Introdução: Dentre as pessoas hospitalizadas pela COVID-19, 25% precisaram ser internadas na unidade de terapia intensiva (UTI). A nutrição administrada de forma inadequada está associada ao aumento da mortalidade e maior tempo da permanência na UTI. O objetivo deste trabalho foi avaliar relação entre déficit calórico e proteico com o tempo de internação e tempo de ventilação mecânica em pacientes com COVID-19. Método: Estudo de coorte retrospectivo, realizado por meio de revisão de prontuários de pacientes. Resultados: Foram incluídos 149 pacientes avaliados por meio dos prontuários. No déficit calórico, observou-se associação com o sexo masculino, nos dias 1 a 3 (p=0,003) e 4 a 7 (p=0,001), e, nos dias 4 a 7, em indivíduos etilistas (p=0,045). Avaliando o déficit proteico, houve associação, nos dias 3 a 5, com tabagismo (p=0,039) e o etilismo (p=0,047) e, nos dias 6 e 7, com o tabagismo (p=0,036). Em relação ao estado nutricional, houve associação com o déficit calórico nos dias 4 a 7, observando-se menor déficit nos participantes com excesso de peso (p≤0,001). O déficit proteico apresentou associação nos dias 1 e 2 (p≤0,001), 3 a 5 (p≤0,001) e 6 e 7 (p=0,015), sendo que indivíduos eutróficos apresentavam menor déficit proteico. Foi observado maior déficit calórico nos pacientes que receberam a terapia nutricional precoce (p=0,012). Houve correlação negativa entre o déficit calórico dos dias 4 a 7 com o IMC (p≤0,001). Em relação a todos os dias de déficit proteico, observou-se correlação positiva quanto ao IMC. Houve correlação positiva (p≤0,05) entre o IMC e os dias de ventilação mecânica, e entre os dias de ventilação mecânica e os dias de internação (p≤0,001). Foram identificadas correlações positivas entre os déficits calóricos e os déficits proteicos (p≤0,001). Conclusão: Foi observada relação entre o déficit calórico e proteico com o tempo de internação e tempo de ventilação mecânica.