Introdução: O consumo diário de frutas, verduras e legumes (FLV) está associado à redução do risco de eventos coronarianos. Porém, pouco se sabe sobre o efeito do consumo de FLV sobre a gravidade da doença. Este estudo buscou identificar se o baixo consumo de FVL impacta a gravidade da lesão aterosclerótica, em pacientes coronarianos recém-diagnosticados. Método: estudo observacional transversal quantitativo. Um total de 50 indivíduos, adultos e idosos, com diagnóstico de primeiro infarto agudo do miocárdio (IAM), hospitalizados em unidade coronariana, responderam ao questionário de frequência de consumo de alimentos. A frequência de consumo de FLV minimamente aceitável foi avaliada como o consumo diário de uma porção de fruta somada a uma porção de legume e uma porção de verdura. A gravidade da lesão aterosclerótica foi avaliada pelo resultado da angiografia coronária, considerando o percentual de obstrução >50% nas artérias coronária direita (CD), circunflexa (CX) e descendente anterior (DA), além do tronco da artéria coronária esquerda (TCE). A comparação das variáveis, segundo o consumo de FVL, foi realizada com uso do teste de hipóteses de Fisher ou t de Student. Resultados: A maioria da amostra foi composta por homens (74%). A média etária foi de 63 ± 11 anos. Menos de 30% dos participantes (28%) relataram consumo de uma porção de FVL ao dia ou mais. Lesões proximais e mediais nas artérias coronárias avaliadas foram mais frequentes do que as lesões distais. Houve aumento da chance de maior gravidade das lesões ateroscleróticas entre indivíduos que relataram menor consumo de FLV na amostra estudada (RC=1,98; IC95%=0,63-6,39; p=0,244). Conclusão: Observa-se tendência do aumento da gravidade da lesão aterosclerótica em indivíduos com baixo consumo de FLV, especialmente na artéria CX. O presente estudo, de caráter exploratório, evidencia a necessidade de investigação adicional do impacto do consumo de FLV em pacientes em prevenção secundária.