BRASPEN Journal
https://braspenjournal.org/article/doi/10.37111/braspenj.2023.38.2.09
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Artigo Original

Oferta energético-proteica associada ao desfecho clínico de pacientes críticos com COVID-19 em um hospital universitário

Natália Alexia de Souza Trinchão, Thaisy Cristina Honorato Santos Alves, Luciana de Brito Gonçalves Nascimento, Carla de Magalhães Cunha

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Resumo

Introdução: As recomendações nutricionais voltadas para pacientes com COVID-19 grave, que necessitam de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), visam limitar ou minimizar a desnutrição, devendo ser atendidas durante o internamento. Nós avaliamos a adequação da oferta energético-proteica de pacientes críticos com COVID-19, de acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), e analisamos a associação com o desfecho clínico da doença. Método: Foram coletados dados sociodemográficos, triagem nutricional, ingestão alimentar e desfecho de alta, transferência e óbito dos prontuários eletrônicos de pacientes maiores de 18 anos, internados com COVID-19, entre março de 2020 e fevereiro de 2021, em um hospital universitário. A análise de dados incluiu média e desvio padrão para as variáveis contínuas e frequências ou prevalências para variáveis categóricas, sendo estas comparadas por meio do teste de qui-quadrado de Pearson ou teste Exato de Fisher. Resultados: Os 44 pacientes avaliados apresentaram média de idade de 59,02±17,07 anos. Dentro todos os pacientes, 59,1% eram do sexo feminino, 45,5% apresentaram risco nutricional e a taxa de mortalidade foi de 52,3%. A oferta nutricional dos dias 3, 7 e 10 foi avaliada: 76,6% dos pacientes apresentaram baixa ingestão energética e 54,1%, baixa ingestão proteica em pelo menos um dos dias. Entre os pacientes que foram a óbito, a maioria apresentou inadequação na ingestão energética (84,2%) e proteica (82,8%), porém não houve diferença estatística quando comparados aos sobreviventes. Conclusão: Não foi observada relação entre a oferta energético-proteica e a mortalidade em pacientes críticos com COVID-19. No entanto, ressalta-se a importância do atendimento às recomendações das diretrizes, com introdução precoce da terapia nutricional de forma gradativa, a fim de evitar a hiperalimentação e a supressão do mecanismo de autofagia, contribuindo para melhores desfechos clínicos deste grupo de pacientes.

Palavras-chave

COVID-19. Terapia nutricional. Mortalidade hospitalar.
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