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https://braspenjournal.org/article/doi/10.37111/braspenj.2023.38.2.01
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Artigo Original

COVID-19: Parosmia pós-infecção e rejeição alimentar

Giselle Artiles Freitas Trindade, Sandra Tavares da Silva

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Resumo

Introdução: A COVID-19 foi declarada como pandemia mundial, em 11 de março de 2020, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que afetou milhões de pessoas em todo o mundo. Em muitos indivíduos acometidos pelo vírus, constatam-se alterações de olfato e paladar, possivelmente originadas de danos ao bulbo ou nervo olfatórios, causados pelo vírus. A parosmia é uma condição que se revela de forma idiopática ou pós-infecciosa, em que o indivíduo passa a manifestar o olfato e paladar de forma distorcida. Isso causa rejeição a certos alimentos que, normalmente, nunca teriam sido rejeitados, geralmente com perda de apetite. Por conta do deficit calórico ocasionado, isso leva à perda de peso, além de causar impactos nutricionais negativos importantes. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de parosmia pós-COVID, relacionando-a às consequências nutricionais. Método: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado com auxílio de um questionário virtual, com inclusão de indivíduos adultos e idosos que se recuperaram da COVID-19. Resultados: Observou-se que, durante a infecção pela COVID-19, 89,5% dos 154 indivíduos que responderam ao questionário apresentaram perda de olfato, 85,7% apresentaram perda de paladar e 86,7% manifestaram perda de apetite. Após a recuperação da COVID-19, 72,7% dos pacientes passaram a sentir cheiros muito diferentes dos usuais e, em 74,7% dos indivíduos, houve a percepção diferente em relação ao paladar, ressaltando-se que em 81,1% dos indivíduos ocorreu a perda de apetite e consequente perda de peso, e 73,9% dos indivíduos passaram a rejeitar alguns alimentos. Os alimentos mais rejeitados foram feijão (63%) e carne (58%), e as sensações mais prevalentes foram gosto amargo (36%) e cheiro de fumaça (34%). Conclusão: Ao provocar rejeição alimentar, a parosmia pós-COVID impacta negativamente o estado nutricional dos indivíduos acometidos, sendo necessários novos estudos para implementação de tratamentos e abordagens nutricionais

Palavras-chave

Transtornos do olfato. Adultos. Apetite. Seletividade alimentar. Estado nutricional.
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