Introdução: Os indicadores de qualidade em terapia nutricional (IQTN) são ferramentas simples e sistematizadas. Elas são importantes na prática clínica para monitoramento da qualidade em terapia nutricional (TN), resultando em melhores práticas na TN. O objetivo do estudo foi avaliar, por meio de IQTN, a prevalência de diarreia, constipação, distensão abdominal (DA) e volume residual gástrico elevado (VRGE) em pacientes em unidades terapia intensiva (UTI) recebendo nutrição enteral (NE) exclusiva durante sete dias, relacionando-os às metas estabelecidas na literatura. Método: Estudo observacional descritivo, prospectivo e de abordagem quantitativa, realizado por meio da análise de prontuários de pacientes internados em UTIs de um hospital público de São Luís (MA), entre agosto de 2021 e janeiro de 2022. Foram incluídos no estudo pacientes que fizeram uso de NE exclusiva acompanhados por 7 dias, com idade ≥ a 18 anos. Utilizou-se as seguintes metas para os IQTN: frequência de episódios de diarreia <10%; frequência de episódios de obstipação em 20%; frequência de episódios de distensão abdominal <15% e frequência de VRGE <7%. Resultados: Foram avaliados 193 pacientes. Desses, 65,28% eram idosos, 51,81% eram do sexo masculino, 30,56% tinham doenças cerebrovasculares e 27,46% tinham problemas no sistema circulatório. 57% dos pacientes sofriam de desnutrição, de acordo com a ferramenta da ASPEN. A mediana do escore de gravidade SAPS III foi de 59 (com um intervalo interquartil de 45 a 73). Os indicadores avaliados mostraram-se inadequados, frente às metas estabelecidas na literatura. A prevalência de sintomas no GI foi de 13,47% para VRGE, 20,73% para diarreia, 65,28% para constipação intestinal e 47,15% para distensão abdominal. Conclusão: As complicações gastrointestinais são frequentes em pacientes internados em terapia intensiva. A aplicação dos indicadores de qualidade é viável e representa uma ferramenta útil para monitorar esses sintomas, a fim de aperfeiçoar a assistência nutricional aos pacientes críticos.