Introdução: São necessários cuidados para minimizar as complicações relacionadas à alimentação por sonda enteral (ETF). Este estudo descreve os fatores relacionados, incidência e implicações da remoção acidental de ETF e obstrução em pausas e quantidade de nutrição enteral (NE) infundida. Método: Coorte dupla prospectiva (2017, Coorte 1 e 2018 e 2019, Coorte 2) de adultos usuários de ETF internados em unidades clínicas e cirúrgicas de um hospital universitário do Sul do Brasil. As variáveis foram observadas diretamente e registradas no Google Forms®. A análise incluiu o teste t-Student, Mann-Whitney, qui-quadrado ou teste exato de Fisher usando SPSS versão 20.0. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05). Resultados: Foram acompanhados 494 pacientes, com idade de 65,1±14,1 anos, 56,1% do sexo masculino. O rebaixamento sensorial foi a indicação mais frequente (36,4%) para o uso de ETF. Houve maior tempo de internação (p=0,049) entre os pacientes com ambas as complicações. A remoção acidental ocorreu em 33% dos pacientes e a obstrução em 3,4%. Pacientes internados por motivos cardiovasculares (p=0,029) e com AVC prévio (p=0,03) tiveram maior percentual de afastamento acidental. A indicação de ETF para obstrução intestinal foi maior entre os pacientes com obstrução por ETF (p=0,007). Pacientes com uso prévio de ETF apresentaram menor percentual de obstrução (p=0,013). Os pacientes que tiveram remoção acidental ou obstrução tiveram mais pausas de EN (p=0,001). Não houve diferença significativa entre a porcentagem do volume infundido de NE entre os pacientes com ambas as complicações do ETF. Conclusão: Observou-se alta incidência de remoção acidental de ETF, enquanto a de obstrução foi baixa. A presença de ambas as complicações promoveu mais pausas.