Introdução: A importância de um estado nutricional adequado para pacientes no pós-transplante cardíaco vem ganhando destaque, por se buscar uma melhor qualidade de vida com o procedimento, o que torna necessário avaliar a evolução nutricional e a relação com a alta hospitalar de pacientes submetidos ao transplante cardíaco. Método: Estudo de coorte retrospectivo, no qual foram coletados dados secundários das fichas de acompanhamento nutricional dos pacientes com idade ≥ 18 anos, que foram submetidos ao transplante cardíaco, no período de janeiro de 2012 a fevereiro de 2020. Foram analisados dados antropométricos, bioquímicos e clínicos. Resultados: Foram analisados os dados de 130 pacientes, com maior proporção do sexo masculino, em idade adulta, destacando-se a miocardiopatia idiopática como patologia de base, e hipertensão arterial sistêmica como comorbidade com maior frequência. Em relação à avaliação antropométrica, a maior proporção dos pacientes apresentava eutrofia, levando-se em consideração o índice de massa corporal e, em contrapartida, com relação à circunferência do braço, observou-se predominância de magreza. Evidenciou-se diminuição da média de peso durante o internamento de 65,5 ± 15,4 kg para 62,5 ± 14,6 kg (p<0,001) e do índice de massa corporal de 23,1 ± 4,8 kg/m2 para 22,1 ± 4,5 kg/m2. Além disso, os pacientes que obtiveram ganho de peso apresentaram 2,77 vezes maiores chances de ter alta hospitalar, em relação aos pacientes que perderam peso. Conclusão: As alterações dos indicadores antropométricos evidenciados no presente estudo demonstram a importância do acompanhamento nutricional de pacientes submetidos ao transplante cardíaco, visto que o ganho de peso no pós-operatório foi relacionado com o menor tempo de permanência hospitalar, o que pode impactar na diminuição dos custos hospitalares e risco de infecções nesses pacientes.

Introduction: The importance of an adequate nutritional status for post-heart transplant patients has been gaining attention, as a better quality of life is sought with the procedure, which makes it necessary to assess the nutritional evolution and the relationship with hospital discharge of patients undergoing to heart transplantation. Methods: Retrospective cohort study, in which secondary data were collected from the nutritional monitoring records of patients aged ≥ 18 years who underwent heart transplantation from January 2012 to February 2020. Anthropometric, biochemical and clinical parameters were analyzed. Results: Data from 130 patients were analyzed, with a greater proportion of males, in adulthood, highlighting idiopathic cardiomyopathy as the underlying pathology, and systemic arterial hypertension as the most frequent comorbidity. Regarding the anthropometric assessment, the largest proportion of patients was eutrophic, taking into account the body mass index and in contrast to the arm circumference, there was a predominance of thinness. There was evidence of a decrease in the mean weight during hospitalization from 65.5 ± 15.4 kg to 62.5 ± 14.6 kg (p<0.001) and a body mass index of 23.1 ± 4.8 kg/m2 to 22.1 ± 4.5 kg/m2. In addition, patients who gained weight were 2.77 times more likely to be discharged from hospital compared to patients who lost weight. Conclusion: The changes in anthropometric indicators evidenced in this study demonstrate the importance of nutritional monitoring of patients undergoing heart transplantation, since weight gain in the postoperative period was related to shorter hospital stay, which can impact on lower costs hospitals and risk of infections in these patients.