Introdução: Complicações associadas às neoplasias podem contribuir para a admissão de pacientes oncológicos na unidade de terapia intensiva (UTI) e estão relacionadas com piores prognósticos. Pacientes críticos comumente necessitam de terapia nutricional enteral (TNE). O início precoce e adequação calórico-proteica da terapia nutricional, em pacientes críticos, têm associações com prognósticos favoráveis, redução da hospitalização, custos e mortalidade. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre a adequação calórico-proteica e terapia nutricional enteral precoce com o desfecho clínico de pacientes oncológicos em UTI. Método: Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal. A coleta de dados foi feita a partir do levantamento de prontuários de 114 pacientes oncológicos acima de 18 anos que estiveram em TNE durante a internação na UTI de um Cancer Center no Brasil, no período de janeiro a dezembro de 2017. Resultados: Sessenta e quatro por cento dos participantes tiveram início precoce da TNE, sendo que os pacientes que não receberam a TNE precoce tiveram associação estatisticamente significativa com óbito, tanto na UTI (p=0,031) quanto no desfecho clínico final (p=0,015). O início tardio da TNE teve associação com maior tempo de internação total (p=0,027) e tempo de permanência na UTI (p=0,001). O não alcance das metas calóricas (p=0,045) e proteicas (p=0,020) teve associação com maior tempo de internação na unidade de terapia intensiva. Conclusão: O presente estudo demonstrou que o início precoce da TNE em pacientes oncológicos em UTI teve associação com menor desfecho de óbito e menos tempo de permanência hospitalar total e na UTI. A adequação calórico-proteica foi relacionada ao menor tempo de internação na UTI. Ensaios clínicos randomizados com amostras significativas são necessários para comprovar tais resultados, impactando em mudanças nas condutas nas práticas clínicas.

Introduction: Complications associated to cancer may contribute to the admission of oncological patients to the Intensive Care Unit (ICU) and it have association to worst prognosis. Critical patients usually need Enteral Nutrition Therapy (ENT). Early enteral nutrition and the caloric-protein adequacy have associations with good prognosis, reduction of hospitality, costs and mortality. Objective: Evaluate the association between caloric-protein adequacy of enteral nutrition therapy and early enteral nutrition therapy, with the clinical outcomes in oncological patients in the Intensive Care Unit. Methods: It is a cross sectional study with 114 oncological patients admitted to ICU, at a Cancer Center in Brazil between January to December 2017. The inclusion criteria were patients aged 18 years old and over, who received ENT during the length of stay in ICU for at least 72 hours. Data collection was performed based on medical records. Results: Sixty-four percent of patients have early enteral nutrition. Patients who did not have early enteral nutrition had significant statistic association with death in the ICU (p=0,031) and in the clinical outcomes final (p=0,015). Moreover, there was association between late start of enteral nutrition with longer ICU (p=0,001) and hospital stay (p=0,027). Patients who did not get energy (p=0,045) and protein (p=0,020) adequacies had longer length of stay in ICU. Conclusion: The early enteral nutrition has low association with death and with less total ICU and hospital stay. Early enteral nutrition was associated with less total ICU and hospital stay. To prove these results should take more studies, t hat might change the conduct of clinical practice.