Análise dos fatores de risco associados à terapêutica nutricional de recém-nascidos internados em unidades de terapia intensiva neonatal
Analysis of risk factors associated with nutritional therapy of newborns admitted to neonatal intensive care units
Vanessa Giraldi, Mônica C. Meurer, Bruno Ferrari Silva, Cecília E. Mareze da Costa
Resumo
Introdução: A saúde do recém-nascido (RN) está relacionada com as condições fisiológicas da mãe, assim como o peso ao nascer e a idade gestacional. Os óbitos fetais e neonatais são, em grande parte, considerados potencialmente evitáveis. O objetivo deste estudo foi analisar dados terapêuticos nutricionais contidos nos prontuários de pacientes RN internados numa unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) da cidade de Cascavel – PR. Método: Foi realizado um estudo retrospectivo de corte transversal, por meio de levantamento de dados dos prontuários de 40 RN, de ambos os gêneros. A coleta de dados dos pacientes internados durante o período de 1/1/2018 a 31/12/2018 foi realizada analisando-se a data de internação, data da alta hospitalar, registro hospitalar, idade da mãe, gênero, idade gestacional, doenças maternas, gestação, tipo de parto, Apgar, causas de internação, intercorrências posteriores, peso do nascimento, peso da alta hospitalar, via de alimentação (enteral, oral, parenteral), dieta (leite materno, hidrolisado, parenteral, fórmula padrão) e causas do óbito. Resultados: Os resultados demonstraram que 85% nasceram de parto tipo cesárea; o tempo médio de internamento foi de três semanas, sendo que os RN prematuros ficaram significativamente mais tempo na UTI que os bebês não prematuros. As principais causas de internamento foram prematuridade, seguida por desconforto respiratório e gemência. O baixo peso corporal difere dos bebês não prematuros (p<0,01), mas não foram constatadas diferenças significativas no Apgar 1 e no Apgar 5. Os bebês que receberam a dieta por via oral ganharam maior peso corporal (1,54 vs. 2,41 kg, p<0,01) e o leite materno (1,48 vs. 2,43 kg, p<0,01) propiciou um ganho de peso significativamente maior que a dieta parenteral e a fórmula infantil. Conclusão: Conclui-se que os RN nascidos prematuramente apresentaram menor peso e maior tempo de internação hospitalar, assim como as intervenções nutricionais de via oral e com leite materno demonstraram ser a melhor forma de ganho de peso durante o período hospitalizado.
Palavras-chave
Abstract
Introduction: The health of the newborn (NB) is related to the mother’s physiological conditions, as well as birth weight and gestational age. Fetal and neonatal deaths are largely considered to be potentially preventable. The objective of this study was to analyze therapeutic nutritional data contained in the medical records of NB patients admitted to a neonatal intensive care unit (NICU) in the city of Cascavel - Paraná. Methods: A retrospective cross-sectional study was carried out, by collecting data from the medical records of 40 newborns of both genders. Data collection of hospitalized patients during the period from 1/1/2018 to 12/31/2018 was performed, analyzing the hospitalization date, hospital discharge date, hospital record, mother’s age, gender, age gestational, maternal pathologies, pregnancy, type of delivery, Apgar, causes of hospitalization, subsequent complications, birth weight, weight of hospital discharge, route of feeding (enteral, oral, parenteral), diet (breast milk, hydrolysate, parenteral, formula standard) and causes of death. Results: The results showed that 85% were born by cesarean delivery; the average hospital stay was three weeks, with premature newborns staying significantly longer in the ICU than non-premature babies. The main causes of hospitalization were prematurity, followed by respiratory distress and groaning. Low body weight differs from non-premature babies (p <0.01), but no significant differences were found in Apgar 1 and Apgar 5. Babies who received the diet orally gained greater body weight (1.54 vs. 2.41 kg, p <0.01) and breast milk (1.48 vs. 2.43 kg, p <0.01) provided a weight gain significantly greater than the parenteral diet and the infant formula. Conclusion: It is concluded that the newborns born prematurely had lower weight and longer hospital stay, as well as nutritional interventions orally and with breast milk showed to be the best form of weight gain during the hospitalized period.