Avaliação dos níveis de selênio e glutationa peroxidase em pacientes críticos
Assessment of selenium and glutathione peroxidase levels in critically ill patients
Neyla Edelwais Silva, Cervantes Caporossi, Alberto Bicudo Salomão, Diana Borges Dock Nascimento, Daniela Alencar Moreira
Resumo
Introdução: A capacidade do selênio na redução de radicais livres, associada à sua atuação como cofator essencial para a glutationa peroxidase, confere um potencial papel para pacientes em unidade de terapia intensiva. O objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis plasmáticos de selênio e glutationa peroxidase à admissão e pelo período de 7 dias de evolução em pacientes hospitalizados. Método: Estudo observacional com pacientes adultos (n=22) internados em unidade de terapia intensiva. Foram realizadas três coletas de sangue, nos dias 1, 3 e 7, para avaliar o selênio, e duas para glutationa peroxidase, nos dias 1 e 7. Não houve nenhum tipo de intervenção. Resultados: Os níveis de selênio à admissão foram abaixo dos valores de referência em metade dos pacientes. Ao estratificar os pacientes (n=22) conforme risco de complicações infecciosas e inflamatórias (relação proteína C reativa/albumina), os pacientes classificados em alto risco possuíam dosagem de selênio à admissão inferior aos de risco moderado (p=0,032). Dentre os pacientes com seguimento completo (realizadas todas as dosagens), 66,7% eram de alto risco e entre eles 75% apresentaram selênio abaixo dos valores de referência e inferior ao grupo de risco moderado (p=0,014). As dosagens da glutationa peroxidase estavam dentro da normalidade em todos pacientes, independente da classificação. Conclusão: Aproximadamente 50% dos pacientes críticos foram admitidos na unidade de terapia intensiva com selênio abaixo dos valores de referência. À admissão e na evolução até o sétimo dia, os pacientes classificados de alto risco apresentaram dosagem de selênio abaixo do valor de referência e inferior ao daqueles com risco moderado
Palavras-chave
Abstract
Introduction: The ability of selenium to reduce free radicals, associated with its performance as an essential cofactor for glutathione peroxidase, confers a potential role for patients in the intensive care unit. The aim of this study was to evaluate the plasma levels of selenium and glutathione peroxidase at admission and for the period of 7 days of evolution in hospitalized patients. Methods: Observational study with adult patients (n = 22) admitted to the intensive care unit. Three blood samples were taken, on days 1, 3 and 7, to assess selenium, and two for glutathione peroxidase, on days 1 and 7. There was no type of intervention. Results: Selenium levels at admission were below the reference values in half of the patients. When stratifying patients (n = 22) according to the risk of infectious and inflammatory complications (C-reactive protein / albumin ratio), patients classified as high risk had selenium dosage at admission below those of moderate risk (p = 0.032). Among patients with complete follow-up (all dosages were performed), 66.7% were at high risk and among them 75% had selenium below the reference values and below the moderate risk group (p = 0.014). Glutathione peroxidase dosages were normal in all patients, regardless of classification. Conclusion: Approximately 50% of critically ill patients were admitted to the intensive care unit with selenium below the reference values. On admission and progression to the seventh day, patients classified as high risk had selenium dosage below the reference value and below that of patients at moderate risk.