Associação entre frequência de constipação e desfecho clínico em paciente crítico.
Association between constipation frequency and clinical outcome in critically ill patients
Camila Melo de Araújo, Edcleide Oliveira dos Santos Olinto, Gina Araújo Martins Feitosa, Izaura Odir Lima Gomes da Costa, Janine Maciel Barbosa, Ericka Vilar Bôtto Targino, Paloma Egídio Andrade de Sousa1
Resumo
Introdução: A constipação intestinal é uma complicação comum em pacientes críticos internados em unidade de terapia intensiva (UTI), devido a alguns fatores desencadeantes, como: limitação ao leito, uso de sedativos e opioides, drogas vasoativas, mediadores inflamatórios, entre outros, estando relacionada a um pior prognóstico. Método: Pesquisa quantitativa, descritiva, realizada em adultos, de ambos os sexos, admitidos na UTI de um hospital universitário, no período de março a dezembro de 2018. Foram coletadas das fichas de avaliação e acompanhamento nutricional, as variáveis gênero, idade (I), período de internamento na UTI, data de alta ou óbito. Foi avaliada a presença de constipação intestinal (ausência de evacuações > três dias). Após coleta, os dados foram tabulados em planilhas do software Microsoft Excel e, posteriormente, analisados pelo Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 13.0, sendo usado para diferença estatística, quando valor p0,05). A maioria dos pacientes apresentou risco nutricional baixo (61,5%), no entanto, aqueles que apresentaram risco nutricional alto (38,5%) houve uma tendência maior à constipação, mas essa relação não se confirmou estatisticamente (p>0,05). Conclusão: Foi encontrada elevada frequência de constipação intestinal em pacientes graves. A constipação parece estar associada a pior prognóstico em pacientes críticos e é primordial que seja identificada e tratada. Diante desse resultado, faz-se necessária a criação de protocolos e planos de ação para prevenção e tratamento desse distúrbio nas unidades de terapia intensiva.
Palavras-chave
Abstract
Introduction: Constipation is a common complication in critically ill patients hospitalized in an intensive care unit (ICU) due to some triggering factors such as: bed limitation, use of sedatives and opioids, vasoactive drugs, inflammatory mediators, etc. to a worse prognosis. Methods: A quantitative and descriptive study was conducted on adults of both genders hospitalized in the ICU of a university hospital from March to December 2018. Variables were collected from evaluation and nutritional monitoring forms, including: gender, age, length of ICU hospitalization, date of discharge or death. The presence of intestinal constipation (absence of bowel movements> three days) was evaluated. After collection, the data were tabulated in Microsoft Excel software spreadsheets and later analyzed by the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) version 13.0, and the chi-square test was used for statistical difference (p 0.05). Most patients had low nutritional risk (61.5%), however, those with high nutritional risk (38.5%) had a greater tendency to constipation, but this relationship was not statistically confirmed (p> 0.05). Conclusion: A high frequency of constipation was found in critically ill patients. Constipation appears to be associated with a worse prognosis in critically ill patients and is essential to identify and treat. Given this result, it is necessary to create protocols and action plans for the prevention and treatment of this disorder in intensive care units.