BRASPEN Journal
https://braspenjournal.org/article/doi/10.37111/braspenj.2019344010
BRASPEN Journal
Artigo Original

Há diferenças nas práticas de terapia nutricional entre pacientes pediátricos graves clínicos e cirúrgicos?  

Are there differences in nutritional therapy practices between clinical and surgical severe pediatric patients?  

Daniela B. Hauschild, Julia C. Ventura, Luna D. A. Oliveira, Taís T. Silveira, Eliana Barbosa, Nilzete Liberato, Yara M. F. Moreno

Downloads: 0
Views: 180

Resumo

Introdução: Pacientes pediátricos graves admitidos por motivos cirúrgicos podem diferir de pacientes clínicos. Entretanto, diretrizes destinadas à terapia nutricional (TN) incluem pacientes clínicos e cirúrgicos. O objetivo deste estudo foi descrever as práticas de TN de pacientes pediátricos graves admitidos por motivos clínicos e cirúrgicos. Método: Coorte prospectiva com pacientes pediátricos graves, entre 1 mês e 15 anos de idade, admitidos em unidade de terapia intensiva. Pacientes que receberam TN via oral, tiveram alta <48 horas ou foram a óbito nas primeiras 72 horas foram excluídos. Foram coletados dados clínicos e demográficos. O estado nutricional foi avaliado na admissão e de TN dos primeiros 7 dias. Testes de Qui-quadrado e Mann-Whitney foram aplicados e p<0,05 considerado significativo. Resultados: Foram incluídos 201 pacientes, com idade mediana de 2,2 anos, 154 (76,6%) admitidos por motivos clínicos e 47 (23,4%) por motivos cirúrgicos. Comparados aos pacientes clínicos, pacientes cirúrgicos apresentaram maior mediana de idade (5,0 vs. 1,4 anos; p=0,035), menor Pediatric Index of Mortality 2 (1,1 vs. 6,1%; p<0,001), maior prevalência de doenças crônicas complexas (17 vs. 47%; p<0,001). Não houve diferença quanto ao estado nutricional na admissão. Pacientes cirúrgicos apresentaram maior tempo para início da TN (22,3 vs. 16,3h; p=0,016), maior prevalência de nutrição parenteral (31,6 vs. 15,1%; p=0,019), menor oferta de energia (24,5 vs. 35,9 kcal/kg/d; p=0,003) e proteína (0,82 vs. 0,99 g/kg/d; p=0,026) e maior prevalência de hipoalimentação (82,6 vs. 50%; p<0,001). Observou-se maior prevalência de distensão abdominal (36,2 vs. 21,4%; p=0,04) e constipação (38,3 vs. 16,9%; p=0,002) nos pacientes cirúrgicos. Conclusões: As práticas de TN diferem entre pacientes clínicos e cirúrgicos. Pacientes cirúrgicos apresentaram maior idade, menor escore de gravidade, demoraram mais para iniciar TN, e apresentaram maior prevalência de hipoalimentação e de distensão abdominal. Desta maneira, sugere-se que os protocolos de TN devam ser individualizados, conforme motivo de internação.

Palavras-chave

Unidades de terapia intensiva pediátrica. Terapia nutricional. Nutrição enteral. Pediatria.

Abstract

Introduction: Pediatric critically ill patients admitted for surgical reasons may differ from medical patients. However, guidelines for nutritional therapy (NT) include both medical and surgical patients. The aim of this study was to describe the NT practices of critically ill children admitted for medical and surgical reasons. Methods: Prospective cohort study conducted with critically ill children, between 1 month and 15 years old, admitted in a pediatric intensive care unit. Patients who were discharged within the first 48 hours, died within the first 72 hours or who received oral NT were excluded. Clinical and demographic were collected. Nutritional status was assessed at admission and NT data from the first 7 days was collected. Chi-square and Mann-Whitney tests were applied and p<0.05 was considered significant. Results: A total of 201 patients were included, with a median age of 2.2 years, 154 (76.6%) were admitted for medical reasons and 47 (23.4%) for surgical reasons. Compared to medical patients, surgical patients had a higher median age (5.0 vs. 1.4 years; p = 0.035), lower Pediatric Index of Mortality 2 (1.1 vs. 6.1%; p<0.001) and higher prevalence of complex chronic diseases (17 vs. 47%; p<0.001). There was no difference regarding nutritional status. Surgical patients showed higher median time for NT initiation (22.3 vs. 16.3 h; p=0.016), higher prevalence of parenteral nutrition (31.6 vs. 15.1%; p=0.019), lower energy (24.5 vs. 35.9 kcal/kg/d; p=0.003) and protein (0.82 vs. 0.99 g/kg/d; p=0.026) intake and higher prevalence of underfeeding (82.6 vs. 50%; p<0.001). There was a higher prevalence of abdominal distension (36.2 vs. 21.4%; p=0.04) and constipation (38.3 vs. 16.9%; p=0.002) in surgical patients. Conclusion: Surgical patients were older, less severe, had longer time for NT initiation, higher prevalence of underfeeding and abdominal distension in the first 7 days. NT protocols should be individualized according to the reason for hospitalization.

Keywords

Intensive care units, pediatric. Nutritional therapy. Enteral nutrition. Pediatrics.
63e144aea953953c74306033 braspen Articles
Links & Downloads

BRASPEN Journal

Share this page
Page Sections