BRASPEN Journal
https://braspenjournal.org/article/doi/10.37111/braspenj.2019344002
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Artigo Original

Calorimetria indireta em pacientes oncológicos pediátricos  

Indirect calorimetry in pediatric cancer patients

Jaqueline Borges, Sabrina Galdino da Silva, Thamyres Figueiredo, Fernanda Jabur, Daiane Ferreira da Silva, Andreia Ribeiro Pereira Aguiar de Paula, Mariana dos Santos Murra

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Resumo

Introdução: Pacientes oncológicos pediátricos são particularmente vulneráveis à desnutrição e apresentam suas necessidades elevadas devido à doença e ao seu tratamento. A determinação do gasto energético individualizado fornece necessidades precisas durante o tratamento, minimizando o risco nutricional. A calorimetria indireta (CI) ou equações preditivas têm sido sugeridas em pacientes críticos. Atualmente, o uso das fórmulas preditivas ainda é controverso, além disso, todas apresentam limitação e baixa acurácia quando comparadas à CI, apresentando, assim, grande probabilidade de hipo ou hiperalimentação. A CI é considerada padrão-ouro para avaliar o gasto energético, mas nem sempre está disponível. As recentes diretrizes da Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral para suporte nutricional da criança gravemente doente sugerem que medidas de CI sejam obtidas quando possível em pacientes pediátricos com suspeita de alterações metabólicas ou desnutrição, segundo uma lista de critérios que podem levar à instabilidade metabólica, tornando as equações preditivas padronizadas ainda menos usadas. Embora o uso padrão da CI seja limitado devido à disponibilidade do equipamento, à necessidade de equipe e ao custo, as medições tornaram-se mais precisas. O objetivo deste estudo foi comparar as medidas de gasto energético através da CI com as equações preditivas. Método: Estudo prospectivo de caráter observacional, realizado em uma UTI oncológica pediátrica de janeiro a junho de 2019. Foram coletados dados como sexo, idade e antropometria de 18 pacientes que estavam dentro do critério de inclusão. As necessidades energéticas foram calculadas pelas equações preditivas utilizadas na rotina, como Holliday-Segar, ASPEN e Dietary Reference Intake (DRI), já a CI foi utilizada em pacientes em ventilação mecânica, estáveis hemodinamicamente, com FiO2 menor de 60% e a mesma foi acoplada no ventilador por 2 horas; após 2 horas foi feita a leitura do gasto energético no monitor. Os dados foram analisados descritivamente e pelo Índice de Concordância entre as fórmulas e a CI, sendo analisada através do teste de Spearman e a concordância por meio da correlação intraclasse, foi adotado significância 0,05. Resultados: Foram incluídos 18 pacientes, destes 77% eram do sexo feminino, a prevalência do estado nutricional foi a eutrofia (44,4%), já os pacientes sobrepeso, baixo peso e desnutridos somaram 50,1%. Foi analisada a correlação das fórmulas preditivas com a CI, Holliday-Segar (0,461- p=0,054), DRI (0,428 – p=0,076) e ASPEN (0,232 – p=0,354), sendo que a fórmula de Holliday-Segar foi a que mais concordou com o padrão-ouro. Conclusão: A CI deve ser utilizada, se disponível, quando o paciente estiver dentro dos critérios de inclusão, porém devido ao seu alto custo, as fórmulas preditivas podem ser utilizadas, considerando a importância das necessidades nutricionais.

Palavras-chave

Calorimetria indireta. Oncologia. Pediatria.

Abstract

Introduction: Pediatric cancer patients are particularly vulnerable to malnutrition and are subject to low demands due to the disease and its treatment. Determination of individualized energy expenditure is necessary to prevent damage during treatment while minimizing nutritional risk. Calorimetry indirect (IC) or predictive equations have been suggested in critically ill patients. Currently, the use of predictive formulas is still controversial, and all of them have limitation and low accuracy when compared to IC, presenting such a high probability of hypothesis or overfeeding. IC is considered the gold standard to assess energy expenditure, but not always available and also available. Recent guidelines from the American Society of Parenteral and Enteral Nutrition for nutritional support of critically ill children suggest that IC measures may be used when possible in pediatric patients suspected of metabolic disorders or malnutrition, according to criteria list that can lead to metabolic instability, becoming even less widely used standardized predictive equations. Although standard use of CI is limited due to equipment availability, staff and cost, a review of commonly used measurements is used. The objective of this study was to compare measures of expenditure and through CI with predictive equations. Methods: This prospective observational study was conducted in a pediatric oncology UTI from January to June 2019. Data were collected on gender, age and anthropometry from 18 patients who were within the inclusion test. As energy requirements were calculated by the routine predictive equations, such as Holliday-Segar, ASPEN and Dietary Reference Intake (DRI), IC has already been applied to hemodynamically stable mechanically ventilated patients with FiO2 below 60% and was used without ventilation for 2 hours; after 2 hours the energy expenditure was read on the monitor. The data were analyzed descriptively and by the concordance index between formulas and IC, being analyzed through Spearman test and agreeing through intraclass correlation, being adopted significance 0.05. Results: Eighteen patients were included, 77% female, with prevalence of eutrophic nutritional status (44.4%), while overweight, underweight and malnourished patients, 50.1%. The correlations of the predictive formulas with the IC, Holliday-Segar (0.461-p=0.054), DRI (0.428 - p=0.076) and ASPEN (0.232 - p=0.354), are therefore the most consistent with the gold standard. Holliday-Segar’s formula. Conclusion: The IC should be used, if available, when the patient is within inclusion criteria, but due to the higher price, the predictive formulas that can be used, considering the importance of nutritional needs.

Keywords

Calorimetry, Indirect. Medical Oncology. Pediatrics.
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