BRASPEN Journal
https://braspenjournal.org/article/doi/10.37111/braspenj.2017.32.2.06
BRASPEN Journal
Artigo Original

Padrão de consumo dietético de gestantes e sua relação com a insegurança alimentar no domicílio

Dietary intake patterns of pregnant women and its relationship with food insecurity at household

Raphaela Costa Ferreira, Alexandra Rodrigues Bezerra, Myrian Cicyanne Machado Tavares, Micaely Cristina dos Santos Tenório, Amanda Maria Rocha de Barros, Alane Cabral Menezes de Oliveira

Downloads: 0
Views: 170

Resumo

Introdução: Na gestação, as demandas energéticas estão aumentadas visando à promoção de um adequado desenvolvimento. Tal grupo populacional, quando acometido pela insegurança alimentar (IA), tem comprometimento na qualidade da alimentação, pois há influência no consumo de alimentos. Método: Estudo transversal com gestantes atendidas pela rede pública de saúde de Maceió, AL, em 2014. O padrão de consumo dietético foi avaliado por meio de recordatórios alimentares de 24 horas e de questionário de frequência de consumo alimentar, e a presença da IA no domicílio pela Escala Brasileira de IA, com utilização dos testes do χ2 e o teste T de Student, considerando p<0,05 como significativo. Resultados: Foram estudadas 356 gestantes, sendo 42,7% com IA. A maioria tinha elevado consumo diário de arroz (95,5%), feijão (82,0%) e pães (72,7%). Por outro lado, leite e derivados (53,3%), ovos (26,5%) e as carnes (59,0%) foram alimentos de baixo consumo, sendo o último ainda menor nas gestantes com IA (p=0,025). Adicionalmente, esse padrão de consumo refletiu em uma alimentação com baixo aporte energético, dos micronutrientes ácido fólico, ferro, selênio, zinco e cálcio, e de fibras. Conclusão: O padrão de consumo alimentar das gestantes estudadas é caracterizado pelo baixo consumo energético e de nutrientes essenciais ao bom êxito da gravidez. A presença da IA no domicílio não levou a maior comprometimento desse padrão dietético, exceção ao consumo de carnes.

Palavras-chave

Gestantes. Consumo de Alimentos. Dieta. Nutrição Pré-Natal

Abstract

Introduction: During the pregnancy the energy demands are increased aimed at promoting a proper development. This population group when affected by food insecurity (FI) has compromised the quality of food, it influences on food consumption. Methods: Cross-sectional study of pregnant women by the public health Maceió, AL, in 2014. The pattern of dietary intake was assessed by food 24-hour recalls and a questionnaire of food intake frequency, and the presence of FI in home by the Brazilian Scale FI, using the χ2 and Student’s t test, considering p<0.05 as significant. Results: We studied 356 pregnant women, being 42.7% FI. Most had high daily consumption of rice (95.5%), beans (82.0%) and bread (72.7%). On the other hand, dairy products (53.3%), eggs (26.5%) and meat (59.0%) were low-energy food, the latter being even lower in pregnant women with FI (p=0.025). In addition, this consumption pattern reflected in a power low energy intake, micronutrients folic acid, iron, selenium, zinc and calcium and fiber. Conclusion: The dietary patterns of pregnant women studied is characterized by low energy and nutrients essential to the successful pregnancy. The presence of FI in the household has not led to greater commitment of this dietary pattern, except to meat consumption, which it was lower in the presence of FI.

Keywords

Pregnant Women. Food Consumption. Diet. Prenatal Nutrition

Referências

1. Crane JM, White J, Murphy P, Burrage L, Hutchens D. The effect of gestational weight gain by body mass index on maternal and neonatal outcomes. J Obstet Gynaecol Can. 2009;31(1):28-35.

2. Sukchan P, Liabsuetrakul T, Chongsuvivatwong V, Songwathana P, Sornsrivichai V, Kuning M. Inadequacy of nutrients intake among pregnant women in the deep south of Thailand. BMC Public Health. 2010;10:572.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS. 2006. [Internet] [citado 2015 Dez 4]. Disponível em:bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ pnds_crianca_mulher.pdf

4. Morais DC, Dutra LV, Franceschini SCC, Priori SE. Insegurança alimentar e indicadores antropométricos, dietéticos e sociais em estudos brasileiros: uma revisão sistemática. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(5):1475-88.

5. Ataide e Silva T, Vasconcelos SML. Procedimentos metodológicos empregados em questionários de frequências alimentares elaborados no Brasil: uma revisão sistemática. Rev Nutri. 2012;25(6):785-97.

6. Brasil. Ministério do Planejamento, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2013. Segurança Alimentar. Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2013.

7. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa - ABEP- [Internet]. Critérios de Classificação Econômica Brasil; 2014. p.1-6. [citado 2015 Jul 31]. Disponível em: http: //www.abep. org/criterio-brasil

8. Pérez-Escamilla R, Segall-Corrêa AM, Kurdian Maranha L, Sampaio MFF, Marín-León L, Panigassi G. An adapted version of the U.S. Department of Agriculture Food Insecurity module is a valid tool for assessing house hold food insecurity in Campinas, Brazil. J Nutr. 2004;134(8):1923-8.

9. International Life Science Institute. Usos e aplicações das Dietary Reference Intakes – DRIs. São Paulo: ILSI/ SBAN; 2001. 47p.

10. Dietary Reference Intakes for Vitamin A, Vitamin K, Arsenic, Boron, Chromium, Copper, Iodine, Iron, Manganese, Molybdenum, Nickel, Silicon, Vanadium, and Zinc. Washington: National Academy Press; 2002.

11. Panigassi G, Segall-Corrêa AM, Marin-León L, Pérez-Escamilla R, Maranha LK, Sampaio MFA. Insegurança alimentar intrafamiliar e perfil de consumo de alimentos. Rev Nutr. 2008;21(Supl):135-44.

12. Brasil. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2011: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Estimativas sobre Frequência e Distribuição Sociodemográfica de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas nas Capitais dos 26 Estados Brasileiros e no Distrito Federal em 2011. Série G. Estatística e Informação em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.

13. Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica [Internet]. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. [acesso 2016 Maio 9]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_ basica_32_prenatal.pdf

14. Coelho NLP, Cunha DB, Esteves APP, Lacerda LMA, Theme Filha MM. Padrão de consumo alimentar gestacional e peso ao nascer. Rev Saúde Pública. 2015;49:62.

15. Velásquez-Melendez G, Schlüssel MM, Brito AS, Silva AA, Lopes-Filho JD, Kac G. Mild but not light or severe food insecurity is associated with obesity among Brazilian women. J Nutr. 2011;141(5):898-902.

16. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: IBGE; 2011. 150 p.

17. Tabela brasileira de composição de alimentos - Taco. 4a ed. Campinas: UNICAMP; 2011.161 p. 18. Fazio ES, Nomura RMY, Dias MCG, Zugaib M. Consumo dietético de gestantes e ganho ponderal materno após aconselhamento nutricional. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011;33(2):87-92.

19. Liu FL, Zhang YM, Parés GV, Reidy KC, Zhao WZ, Zhao A, et al. Nutrient intakes of pregnant women and their associated factors in eight cities of China: a cross-sectional study. Chin Med J (Engl). 2015;128(13):1778-86.


Submetido em:
12/09/2016

Aceito em:
04/11/2016

65562cc5a953952815214dc3 braspen Articles
Links & Downloads

BRASPEN Journal

Share this page
Page Sections