BRASPEN Journal
https://braspenjournal.org/article/doi/10.37111/braspenj.2016.31.4.07
BRASPEN Journal
Artigo Original

Ingestão alimentar e excesso de adiposidade de mulheres sedentárias

Food intake and excess of adiposity in healthy women

Taís Porto de Souza, Fabiano Candido Ferreira, Marina Rodrigues Barbosa

Downloads: 0
Views: 158

Resumo

Introdução: O índice de massa corporal (IMC) é um parâmetro antropométrico bastante utilizado para definição do estado nutricional de populações. No entanto, este parâmetro não avalia a adiposidade. O aumento da adiposidade em mulheres sedentárias é bastante prevalente e associado às doenças crônico-degenerativas. A qualidade da alimentação e o valor calórico total consumido inadequado pode favorecer o maior acúmulo de tecido adiposo. O objetivo do presente trabalho foi investigar o perfil antropométrico e ingestão alimentar de mulheres sedentárias eutróficas. Método: Foi realizada avaliação de peso, altura e dobras cutâneas e aplicado nove R24h de 16 mulheres. Resultados: A idade média das voluntárias foi de 39,5±3,6. A massa corporal total foi 61,88 kg (±6,90). Segundo o IMC, as voluntárias foram classificadas como normais (22,8 kg/ m2±1,89), porém foi observado um elevado conteúdo de massa gorda (31,74%±4,04). O consumo calórico médio foi de 1679,33 kcal±225,48, houve consumo de 27,13 kcal/kg peso corporal. Os valores de consumo de macronutrientes por kg/peso corporal foram 3,5 g de carboidrato/ kg, 1,19 g de proteína/kg e 0,96 g de lipídios/kg. Conforme já descrito em outros trabalhos, os resultados obtidos referentes ao perfil alimentar associado ao excesso de adiposidade são fatores associados ao risco aumentado a doenças crônicas não-transmissíveis. Conclusões: A dieta consumida, baseada nos nove registros alimentares coletados de cada voluntária, é hipocalórica, hiperproteíca, hiperlipídica e normoglícidica. As mulheres apresentam excesso de adiposidade, porém possuem IMC dentro da normalidade. Isso corrobora com o fato de que um parâmetro antropométrico isolado é insuficiente para avaliação do estado nutricional.

Palavras-chave

Antropometria. Ingestão Alimentar. Mulheres. Adiposidade

Abstract

Introduction: Body mass index (BMI) is an anthropometric parameter commonly used to define the nutritional status of populations. However, this parameter does not evaluate adiposity. Increased adiposity in sedentary women is highly prevalent and is associated with chronic diseases. The quality of food and the total calories consumed inappropriate value may favor greater accumulation of adipose tissue. To investigate the anthropometric profile and food intake of sedentary women eutrophic. Methods: Anthropometric and applicated nine R24h were performed to estimate the nutritional intake of 16 women. Results: The mean age of the volunteers was 39.5±3.6. Total body mass was 61 kg average (±6.90). According to BMI subjects were classified as normal (22.8 kg/m2±1,89), but it was observed a high body fat content (31.74%±4.04). The average water content measured was 47.06% (±4.29). The average calorie consumption was 1679 kcal±225 there was consumption 27,13 kcal/kg body weight. Carbohydrate consumption, protein and lipids was 54.48% (±4.35), 17.67% (±2.75) and 31.05% (±4.58) of the total caloric value. The consumption values of nutrients per kg/body weight was 3.5 g carbohydrate/kg 1.19 g protein/kg lipid and 0.96 g/kg. The results for the food profile associated with the risk of obesity are factors associated with increased risk to non-communicable diseases. Conclusion: The diet of women proved to be inadequate in macro and micronutrients. The profile of the diet consumed, was low-calorie, high protein, high fat and normoglícidica. Women have excess body fat, but have BMI within the normal range. This fact contributes to the previously presented an isolated anthropometric parameter is insufficient to assess nutritional status.

Keywords

Anthropometry. Food Intake. Women. Adiposity

Referências

1. Madden AM, Smith S. Body composition and morphological assessment of nutritional status in adults: a review of anthropometric variables. J Hum Nutr Diet. 2016;29(1):7-25.

2. Allepaerts S, Flines J, Paquot N. Nutrition in the elderly. Rev Med Liege. 2014;69(5-6):244-50.

3. Acuña K, Cruz T. Avaliação do estado nutricional de adultos e idosos e situação nutricional da população brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab. 2004;48(3):345-61.

4. Kosmala W, O’Moore-Sullivan T, Plaksej R, Przewlocka- Kosmala M, Marwick TH. Improvement of left ventricular function by lifestyle intervention in obesity: contributions of weight loss and reduced insulin resistance. Diabetologia. 2009;52(11):2306-16.

5. Shea JL, King MT, Yi Y, Gulliver W, Sun G. Body fat percentage is associated with cardiometabolic dysregulation in BMI-defined normal weight subjects. Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2012;22(9):741-7.

6. Okorodudu DO, Jumean MF, Montori VM, Romero-Corral A, Somers VK, Erwin PJ, et al. Diagnostic performance of body mass index to identify obesity as defined by body adiposity: a systematic review and meta-analysis. Int J Obes (Lond). 2010;34(5):791-9.

7. De Lorenzo A, Martinoli R, Vaia F, Di Renzo L. Normal weight obese (NWO) women: an evaluation of a candidate new syndrome. Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2006;16(8):513-23.

8. Romero-Corral A, Somers VK, Sierra-Johnson J, Korenfeld Y, Boarin S, Korinek J, et al. Normal weight obesity: a risk factor for cardiometabolic dysregulation and cardiovascular mortality. Eur Heart J. 2010;31(6):737-46.

9. VIGITEL BRASIL 2012. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - Consumo alimentar. Brasília: Ministério da Saúde; 2013 [citado 2016 Out 30]. Disponível em: http://www.abeso.org. br/uploads/downloads/74/553a2473e1673.pdf

10. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation. Geneva: World Health Organization; 2005.

11. Jackson AS, Pollock ML. Practical assessment of body composition. Phys Sportsmed. 1985;13(5):76-90.

12. Slater B, Marchioni DL, Fisberg RM. Estimando a prevalência da ingestão inadequada de nutrientes. Rev Saúde Pública. 2004;38(4):599-605.

13. Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids (Macronutrients). Washington: National Academy Press; 2005.

14. Salve MGC. Obesidade e peso corporal: riscos e consequências. Mov Percepção. 2006;6(8):29-48. 321

15. Meller FO, Ciochetto CR, Santos LP, Duval PA, Vieira MFA, Schäfer AA. Associação entre circunferência da cintura e índice de massa corporal de mulheres brasileiras PNDS 2006. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(1):75-82.

16. Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008, 2009. Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e Adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2010. [citado 2016 Out 30]. Disponível em: http://www. i b g e . g o v. b r / h ome / p r e s i d e n c i a / n o t i c i a s / imp r e n s a / ppts/0000000108.pdf

17. Esteves EA, Rodrigues CAA, Paulino EJ. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev Nutr. 2010;23(4):543-52.

18. Vongpatanasin W. Resistant hypertension: a review of diagnosis and management. JAMA. 2014;311(21):2216-24.

19. Sociedade Brasileira de Cardiologia/ Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol. 2010;95(1 supl.1):1-51.


Submetido em:
05/07/2016

Aceito em:
02/09/2016

6532d1c1a95395573d061d83 braspen Articles
Links & Downloads

BRASPEN Journal

Share this page
Page Sections