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Artigo Original

Adequação calórico-proteica da terapia nutricional enteral em pacientes críticos de um hospital de alta complexidade do Rio Grande do Sul

Caloric-protein adequacy of enteral nutritional therapy in critically ill patients of a highly complex hospital in Rio Grande do Sul  

Andriele Pinheiro Nunes, Maria Cristina Zanchim, Daiana Argenta Kümpel, Tatiana Pacheco Rodrigues, Jamile Zanin

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Resumo

Introdução: A terapia nutricional é uma das ferramentas terapêuticas mais utilizadas em cuidados intensivos, pois quando aplicada de forma correta auxilia na diminuição de complicações metabólicas, no equilíbrio imunológico, além de prevenir a perda de massa corporal. Método: Estudo transversal observacional, com a utilização de dados de pacientes adultos e idosos em uso exclusivo de terapia nutricional enteral (TNE), internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Do prontuário eletrô- nico foram obtidos dados demográficos e clínicos, tais como gênero, idade, tempo de internação, diagnóstico, desfecho clínico e exame laboratorial de albumina. A partir das planilhas de acompa- nhamento da TNE do Serviço de Nutrição, coletaram-se as informações nutricionais (peso, altura, índice de massa corporal e a classificação da Avaliação Subjetiva Global) e variáveis relacionadas à nutrição enteral dos pacientes internados (via de acesso da sonda, volume de dieta prescrito e administrado, estimativa calórico-proteica e percentual de adequação da TNE). A oferta calóricoproteica foi considerada adequada quando ≥80%. Resultados: Foram avaliados 48 pacientes, 56,3% do sexo feminino, com média de idade 53±16,6 anos. O tempo médio de internação no CTI foi de 14,2±8,9 dias e 31% dos pacientes tinham como diagnóstico as doenças neurológicas. Quanto ao cateter, 100% dos pacientes possuíam prescrição de sonda nasoenteral com posição intestinal. O principal desfecho clínico foi o óbito (47,9%).O volume diário médio administrado foi de 1276,41±376,4 ml. A maior parte dos pacientes críticos atingiu as necessidades nutricionais calórico-proteicas estimadas (64,6% e 66,7%, respectivamente), na avaliação final. No entanto, a média do percentual de adequação encontrado atendeu apenas a meta calórica (82,0±23,4% vs. 77,7±23,5%). A adequação da oferta calórico-proteica não influenciou no desfecho clínico dos pacientes e dias de internação. Conclusão: A TNE instituída atendeu às recomendações preconizadas para a adequação energética. Já a oferta proteica se mostrou em desacordo com as necessidades estimadas.

Palavras-chave

Nutrição Enteral. Terapia Nutricional. Unidade de Terapia Intensiva.

Abstract

Introduction: Nutritional therapy is one of the most used therapeutic tools in intensive care, because when applied correctly helps in the reduction of metabolic complications, in the immunological balance, in addition to preventing loss of body mass. Methods: Cross-sectional observational study, with the use of data from adult and elderly patients in exclusive use of enteral nutritional therapy (ENT), hospitalized at the Intensive Care Unit (ICU). Demographic and clinical data such as gender, age, length of stay, diagnosis, clinical outcome, and laboratory albumin examination were obtained from the electronic medical record. Nutrition information (weight, height, body mass index and Global Subjective Assessment) and variables related to enteral nutrition of the hospitalized patients were collected from the ENT follow-up worksheets of the nutrition service of diet prescribed and adminis- tered, caloric-protein estimate and percentage of adequacy of ENT). The caloric-protein intake was considered adequate when ≥80%. Results: We evaluated 48 patients, 56.3% female, with mean age 53±16.6 years. The mean length of ICU stay was 14.2±8.9 days and 31% had neurological diseases. Regarding the catheter, 100% of the patients had enteral tubes probe prescription with intestinal position. The main clinical outcome was death (47.9%). The mean daily volume adminis- tered was 1276.41±376.4 ml. Most critical patients reached the estimated caloric-protein nutritional requirements (64.6% and 66.7%, respectively) in the final evaluation. However, the average of the adequacy percentage found only met the caloric goal (82.0±23.4% vs.77.7±23.5%). The adequacy of the caloric-protein supply did not influence the clinical outcome of the patients and days of hospitalization. Conclusion: The ENT established complied with the recommended recommendations for energy adequacy. The protein supply was shown to be in disagreement with the estimated needs.

Keywords

Enteral Nutrition. Nutrition Therapy. Intensive Care Unit.
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