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Artigo Original

Atraso no início da terapia nutricional parenteral e mortalidade em pacientes em cuidados intensivos  

Delay in starting parenteral nutrition therapy and mortality in intensive care patients

Thayse Emanuelli Godoy Behne, Diana Borges Dock-Nascimento

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Resumo

Introdução: Em situações de insucesso ou impossibilidade do uso da nutrição enteral, a terapia de nutrição parenteral (TNP) é uma alternativa segura e eficaz para garantir a oferta calóricoproteica. O presente estudo teve por objetivo investigar se o atraso do início da nutrição parenteral implica em maior mortalidade em pacientes em cuidados intensivos. Método: Estudo retrospectivo, realizado com pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI), entre 2014 e 2016. Foram elegíveis 3366 pacientes e destes 143 (4,2%) receberam TNP em qualquer momento da internação e fizeram parte do estudo. A variável principal foi a mortalidade na UTI. Dados demográficos, dia de início da TNP, dias em dieta zero, necessidades nutricionais de calorias (kcal/kg de peso) e proteínas (g/kg de peso), dia que foi atingida a necessidade calórico-proteica, tempo de internação e exames também foram coletados e comparados com a ocorrência ou não de óbito. Resultados: A idade média da amostra foi de 57,5 anos, sendo 54,5% do sexo masculino. A taxa de mortalidade foi de 43,4% (n=62). Em 44,8% (n=64) dos pacientes, a TNP foi iniciada em 24-48h. Permanecer em dieta zero ≥2 dias (OR:3,97 IC95% 1,13–13,91; p=0,031) e início da TNP após o quarto dia (OR:3,00 IC95%1,29–6,97; p=0,010) foram preditores independentes de mortalidade. A probabilidade de sobrevida acumulada em 30 dias foi menor em pacientes com dieta zero ≥2 dias (p=0,019). Conclusão: O atraso no início da TNP pode estar associado à mortalidade em pacientes em cuidados intensivos.

Palavras-chave

Unidades de terapia intensiva. Nutrição parenteral. Mortalidade.

Abstract

Introduction: Parenteral nutrition therapy (TPN) is a safe and efficient alternative to guarantee calories and protein delivery when enteral nutrition is either not succeed or impossible. This study aimed at investigating whether a delayed beginning of TPN implies in greater mortality in critically ill patients. Methods: This is a retrospective study involving patients admitted into intensive care unit (ICU) from 2014 to 2016. A total of 3366 patients were eligible and 143 (4,2%) who received TPN during hospitalization were studied. The main endpoint was ICU mortality. Demographic data, the day of beginning of TPN, number of days of fasting, caloric (kcal/kg of weight) and protein (g/ kg of weight) needs, day of meeting the nutritional goals, and length of ICU stay were collected and correlated to mortality. Results: The mean age was 57.5 years-old and 54.5% were males. The mortality rate was 43.4% (n=62). In 44.8% (n=64) of the cases, TPN was initiated in 24-48h. Independent predictors of mortality after multivariate analysis treatment were fasting for two or more days (OR: 3.97 CI95% 1.13–13.91; p=0.031) and initiation of TPN after the 4th day of admission (OR: 3.00 CI95%1.29–6.97; p=0.010). The accumulate survival probability in 30 days was significantly smaller in patients fasted for ≥2 days (p=0.019). Conclusion: The delay for the initiation of TPN is associated with greater mortality in critically ill patients.

Keywords

Intensive care units. Parenteral nutrition. Mortality.
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